sexta-feira, 8 de agosto de 2008

VAMOS LEVAR UM POUCO DA NOSSA PAZ...

Paz
é o som do riacho que passa
do passarinho que vem dizer bom-dia
da criança que brinca num dia de sol.
Ter paz
é sonhar acordado
permanecer sereno no meio do desconsolo e da agitação
Ter paz
é não ter vergonha de sorrir
de chorar
de pedir
de agradecer.
Ter paz
é ter força para continuar mesmo quando muitos te dizem para voltar mas algo mais forte, dentro de ti
diz que é preciso continuar caminhando para frente.
Levar a paz
é muitas vezes levar alegria, consolo
é também dividir, debater, buscar novos modos de ver a vida, novas verdades,
novos caminhos.
Buscar a paz,
é lutar sempre pelo amor, manter alma e coração leve
Que a verdadeira paz
possa fazer sempre morada nas nossas vidas, nos nossos caminhos.
Deixo-te a minha paz
para juntos a podermos ir levar bem longe, no próximo desafio...

GUINÉ 2009


sábado, 26 de julho de 2008

sábado, 31 de maio de 2008

NOTAS SOLTAS



REPRODUÇÃO E ANOTAÇÕES AO BLOG DE UM COMPANHEIRO DE VIAGEM


5ª. MISSÃO HUMANITARIA GUINÉ-BISSAU
17ª EXPEDIÇÃO TURMA TODO TERRENO

C O M E N T A R I O -  NOTAS SOLTAS


«Contactos iniciam-se, dúvidas deparam-se. Um nome soa diferente de tudo, Leonor Lima.
Onde eu já tinha ouvido este nome? Ainda hoje não me recordo, mas também diferença.»não faz

Onde?

 - talvez das reportagens da RTP Africa das viagens anteriores a Bissau.
 Contrariamente ao que aconteceu com a 5ª Missão, não obstante não termos contactos na RTP Bissau, houve reportagens com entrevistas e filmagens em Antula e Bissau depois larga e repetidamente transmitidas em Portugal.

« A delegada da RTP África em Bissau, Marta Jorge convida-me para jantar

- mas a 5ª Missão simplesmente considerada sem interesse mediático. Verdade! Voluntários não precisam de protagonismo embora às vezes a divulgação das suas acções seja positiva para a concussão de objectivos futuros.

«Uma mulher de aço, que por vezes com os nervos à flor da pele deixa escapar, que também é de carne e osso. Uma autêntica força da natureza, como alguém já lhe chamou!»

Não considero relevante. Especialmente como houve o cuidado de frisar não nos conhecemos de lado nenhum. O JP, ao contrário, que me conhece há anos e bastante bem, talvez tenha conseguido distinguir nervos à flor da pele do puro show-off (por vezes indispensável). 

«Primeira discordância entre o grupo, ir ou não a El Jahdida, ficar ou não em Essaouira. Eu, melhor do que a maioria dos meus companheiros, sei bem como é raro não ter que alterar percursos, estadias, etc, etc, Já tenho muitas viagens no norte de África no historial e sei bem o que custa organizar e coordenar as tropas.»

-Quem tem traquejo na coordenação de grupos em viagens mais ou menos complicadas aprendeu (e às vezes com elevado preço) que qualquer modificação ao estudado e estabelecido só deve ser feita em desespero de causa. Ora, nesta viagem, felizmente, não houve fios de navalha.
Só o egoísmo de quem já conhecia impediu que outros fossem conhecer.
No cômputo final a não visita e almoço em El Jadida, como programado, não resultou.


«Chegámos a Essaouira bem cedo, almoçamos na praça onde a maioria detestou, para variar, foi uma sugestão minha, o que não poderia agradar!»

- Como não resultou o almoço de peixe caro, pouco fresco e com escamas   que nos foi servido, já tarde, em Essaouira. 


«Contingências normais numa viagem onde existiam duas pessoas “habituadas ou não” a organizar e coordenar grupos com modos de actuação e formas de agir diferente.»

- A responsabilidade não partilhada da organização, coordenação e obtenção de meios e até vistos de entrada nos países, para concretizar a 5ª Missão e faze-la chegar ao destino nas melhores condições de segurança e com a menor penalização para os participantes, foi assumida, na própria divulgação difundida nos diversos meios de comunicação pela responsável do Núcleo de Tomar da AMI e também presidente da direcção da Turma Todo Terreno.
Nunca foi suposto haver outro elemento habituado ou não a organizar e coordenar grupos a tomar qualquer directiva que só caberia na responsabilidade de quem a havia assumido incondicionalmente.
Todas as sugestões e ajudas são pertinentes --- mas só isso. O programa da viagem e o encontro prévio destina-se exactamente a esclarecer e a ajustar opiniões. Depois de estabelecido por consenso é irreversível salvo
força maior 

«“de referir que com o vento por trás, esta relíquia da indústria automóvel japonesa, rodava a 120 na boa”.»

- Façamos justiça! O BJ 40 deu lição de longevidade e fiabilidade; não vale a pena fazer comparações. Se rolou mais prudentemente talvez se tenha ficado a dever à experiência do seu piloto --- seria possível ao velhinho rolar a 80/90 sobre os buracos com restos de alcatrão --- mas valeria a pena o risco?


«Hora de almoço, paragem em Guelmin onde almoçamos umas deliciosas brochetes de viande e de frango, umas deliciosas salsichas de borrego acompanhados de uma tradicional salada marroquina e das não menos famosas “frites”.»

- Apetece-me perguntar: quem escolheu o restaurante e alguém não gostou ou reclamou (responda quem souber)


«Arrancamos para Tan Tan Plage ao encontro da família Diawo onde fomos recebidos como familiares»

- muito queridos da Leonor Lima


«Todos menos eu pois achei por bem procurar um hotel, os Diawo eram muito amáveis mas seis caramelos a evadirem-lhes a casa!!! Achei que era demais…»

- ou seria antes do chamamento do hotel da tal gerente francesa


«Tarde um pouco chata, o normal para quem está habituado a viajar pelo Sahara Ocidental, muitas barragens policiais e militares, muitas fichas (Lista com toda a informação das viaturas e seus ocupantes) entregues, muitos “Cadeaux” oferecidos às referidas autoridades, coisa que não entendo, pois estou habituado a viajar por estas bandas e nunca precisei de oferecer nada a ninguém, refiro-me ao Sahara Ocidental obviamente»

Pois…
- ‘descravinar’ pelas pistas turísticas não tem a ver com conduzir um ‘convoi humanitaire’ com viaturas atulhadas de bens essenciais.
Este desafio alguém retratou como um fumador com um belo charro atravessar uma sala repleta de toxicodependentes em carência
Os ‘cadeaux’ não passam de simples t-shirts, bonés, porta-chaves, esferográficas que os nossos patrocinadores nos deram para essa finalidade.


«Primeiras discordâncias entre o grupo, pois parte não compreendeu o porquê de tanta oferenda.»

- Tinham que compreender? Poderiam perguntar!
E única estupidez da organizadora que, dando ouvidos a esta discordância, na fronteira seguinte decidiu simplesmente não haver cadeaux para ninguém

«Era suposto a Leonor Lima saber a localização de um hotel que lhe tinha sido recomendado.»

- onde haviam ficado hospedados e bem os seus grupos de viagens anteriores

«Pergunta aqui, pergunta ali e nada, ninguém conhecia o referido hotel.»

- repara-se que durante esta viagem houve pessoas que frequentemente ficaram alheias os acontecimentos. 
O hotel que ‘supostamente’ a Leonor conhecia o Hotel Doums estava lá… estivemos parados à sua frente, fazendo perguntas.  O Hotel Doums está encerrado para beneficiações e contactado o recepcionista por telefone, iria ele levar-nos a outro hotel.
Não foi necessário porque 

«Decidimos nós, eu e o João Pedro arrancar em direcção ao Hotel Sahara Regency, conhecido de outras viagens»


 »Sud Expe, empresa francesa que organiza expedições no norte de África.»

- Não cabe comentar este encontro, pode ser citado do blog correratrasdesonhos.
Sud Expe? Organização de expedições no norte de Africa? Curioso! Totalmente desconhecido, mesmo quando se chama de norte de Africa simplesmente a Marrocos (que se costuma apelidar : ponto mais ao sul da Europa) (risos)


«Pior mesmo foi a entrada na Mauritânia: Primeiro era a fronteira que estava encerrada para almoço. Depois decidiram abrir uma excepção e deixaram-nos passar mas, como não há bela sem senão eis a “novidade”, queremos revistar os carros, tralha toda cá para fora…»

- não vale a pena dizer mais do que já foi dito. Uns valiosos ‘cadeaux’ que para nós até nem têm valor significativo e a fronteira seria passada em poucos minutos.


«Muita discussão, muitos nervos à flor da pele,»  

- aliás, um imenso show-off

«consegue-se evitar a descarga completa das viaturas com uns telefonemas para uns amigos da Leonor,»

- que não teria tomado aquela posição se não soubesse ter ‘as costas quentes’

«o que trás à fronteira o Brahim, irmão de um senador Mauritano que para meu espanto eu conhecia.»

- espanto? Conhecimento unilateral. Alguém que há um par de anos atrás precisasse de um visto …

«Pura e simplesmente  cônsul honorário da Mauritânia em Portugal.»


«Brahim leva-nos em Nouahdibou, a casa de um amigo,»

- da Leonor

«Abdallah, homem de variadas negociatas»
  
- em que se inclui uma empresa denominada ASIMEX
  
«mas com a particularidade de nos poder fazer seguro das viaturas numa sexta-feira, (fim de semana Islâmico é sexta e sábado).»

- vá lá; assume-se que a descrença em que se conseguisse sair no próprio dia não tinha fundamento.

«Arrancamos,»

- e logo de seguida encontro em plena estrada com o Senador Yousouf, (amigos de família com a Leonor desde 1996) e outro membro do governo do RIM, que já vinha ao nosso encontro.

«decididos a aceitar o convite para jantar feito pelo senador, em sua casa em Nouackchott.
jantámos muitíssimo bem em casa do senador, para muitos a melhor refeição de toda a viagem.»

-Não registei nenhuma reclamação, aliás, sentados ou deitados no chão, sem sapatos, sem talheres, todos se banquetearam bem lambuzados comendo do mesmo prato.
  
«Evitar a fronteira de Rosso era o nosso objectivo, (mais à frente vão perceber porquê),»

- mais à frente? não haveria necessidade. (Ver para crer?) Já abortamos em 2003 uma viagem por estar paragens.
Nunca esteve no trajecto e sempre foi afirmado que era passagem a evitar.


«decidimos passar a fronteira para o Senegal pela barragem de Djama, atravessando a reserva natural de Diawling.»

- como previsto no itinerário e enfrentaram-se os previsíveis incidentes, pagamentos, emissão de documentos de entrada de pessoas e viaturas


«Eu e o João Pedro tínhamos comentado que algo de estranho se passava com o passavant, mas como nenhum de nós ainda tinha entrado no Senegal! A coisa passou.»

- estranho!! Se nunca tinham visto um Passavant como adivinhavam que havia algo de estranho?

Depois:

«Fronteira do Senegal passa-se com uma facilidade extraordinária, nem parece uma fronteira senegalesa.»

- No decurso da viagem vai ser compreendido que sair é muito mais fácil.


«BISSAU - Mais um almoço na D. Berta e uma tarde em principio livre.
Digo em principio livre pois fomos convidados a visitar o hospital de Cumura. Neste hospital, estão internados doentes de Hansen (Lepra), HIV e Tuberculosos. Como era facultativo, eu e o João Pedro optámos por ficar a descansar um pouco e organizar fotografias. Os problemas no grupo começam então aqui.»

 - A desmobilização dos participantes poderia dar-se após a conclusão da Missão. À maioria pareceu que esta visita ao Hospital de Cumura e a entrega dos medicamentos tão generosamente cedidos pelas Irmãs ainda se enquadrava no âmbito desta acção humanitária.
Houve alguém em princípio relutante na deslocação a este Hospital, não pelo cansaço (todos tínhamos os mesmos quilómetros percorridos, comido a mesma quantidade de pó) mas pelo horror que sugerem as doenças ali combatidas, compreendendo o alento que a nossa presença aportaria a
quem luta dia-a-dia para ajudar quem precisa, de imediato aderiu


«Tudo muito “bem combinadinho” e eis o João Pedro a jantar sozinho em Bissau. Esquecimento ou não, é imperdoável…»

- bem combinadinho? com quem?
Esforçando-me, para além do cansaço, por estar sempre atenta, a única lembrança que tenho é da afirmação “se decidirmos ir jantar com as Irmãs à Missão, temos carro, vamos lá ter” e nessa expectativa se ficou.
Na balbúrdia do trânsito de Cumura para Antula alguém ainda perguntou como seria – também me lembro de ter reproduzido a situação que havia compreendido e ninguém objectou.

«(Merecedor de um pedido de desculpas)»

- Costumo dizer que entre amigos não se usam palavras como: desculpa e obrigado mas, muito bem; por mim--- desculpas aceites

«Não fosse um imprevisto que se passou com a minha amiga Marta e o desgraçado jantava mesmo sozinho.
Engraçado é que esta falha ou esquecimento, como lhe queiram chamar, passou a ser tabu entre o grupo a partir deste dia. Não se acabou logo com o grupo aqui porque a equipa da Mitsubishi não decide a quente e meditou muito sobre o assunto, deixando passar mais esta falha…

- Imprevisto – desgraçado – falha – tabu – decidir a quente estamos a querer dizer o quê? Será que estamos a falar de um fim-de-semana entre primos na Costa da Caparica.

 « Ir ou não a Dakar? A questão da ida a Dakar é somente entrar e sair desta hiper confusa cidade. Para fazer 15 Km no acesso à cidade, podem-se por vezes perder 3 horas.»

- Conheces Dakar, verdade? Eu também. Os outros participantes NÃO. Decidiu-se por não cometer o erro anterior – deixar El Jadida para trás em nome de uma economia de tempo desnecessária (aqui vínhamos com mais de 3 dias de avanço sobre o itinerário previsto). Foi decidido por unanimidade dos restantes participantes.


«Entrada na Gambia, que se poderá relatar?
Alcatrão não existe, pista de terra muito poeirenta e esburacada, militares por todo o lado de metralhadora em punho e uns “estranhos” cidadãos também de metralhadora em punho, que todos ficámos na dúvida se seriam terroristas ou militares.»


- Curioso; lembro-me de ter dito isto tal e qual no encontro do Entroncamento para explicar porque, pelo menos na ida, se iria contornar a Gambia


«São apenas 18 Km de Gambia»

- outra curiosidade: para uns 17, para outros 18. É assim: parece que depende de jantes e pneus… onde alguém contabilizou 4.900 kms. houve quem contasse mais de 5.500 – não é grave

«Aqui surge mais um desentendimento no grupo. A equipa do Mitsubishi estava mais inclinada para um almoço num restaurante contrariando a opinião do grupo,»

- Restaurante! a quantos kms? ou seria como no 2º dia que ninguém comeu desde o pequeno almoço ao jantar

«reservas existentes no frigorifico do Pajero. Maravilhosos iogurtes e barras energéticas sabiamente mantidas no fresco para o que desse e viesse.»

- Sem comentários ou, como disse o K9 “pão, salsichas e rock & Roll”


«a equipa do Mitsubishi necessita de combustível e, sem dinheiro, somente euros, é deixada numa estação de serviço, (enquanto os restantes prosseguem viagem calmamente.»

- Os benditos walky-talky que já se tinha avisado terem deficiente prestação, mantinham-se quase permanentemente silenciados,


«estão parados cerca de 3,5 Km à frente»

- quem viaja frequentemente em grupo, especialmente quem coordena, se não tiver  intercomunicação entre os outros elementos, deve saber que se precisar parar por qualquer razão deve  acender todos os seus avisadores luminosos (faróis, intermitentes) e ainda, se não for visto e tiver condições, ultrapassar os restantes e informar das suas intenções.


«Ora sabendo todo o grupo que apenas o Toyota da “liderança” tinha CFA’s, não se compreende este tipo de atitudes»

- Havia outra gasolineira pouco à frente.
O condutor do BJ que habitualmente seguia à frente para marcar o andamento, não se apercebeu da paragem do Mitsubishi, houve necessidade de o perseguir para o fazer parar; por isso, depois ambos encostam aguardando o Mitsubishi (a via tinha separador central não permitindo o reverso). 
Que bom K9! O teu Land-Craisy foi promovido a líder!        Tenham dó !!


«Dia 25, A EQUIPA DO MITSUBISHI PAJERO, ABANDONA O GRUPO»

- no programa encara-se a possibilidade de haver separações no regresso.
O João Pedro sempre declarou a sua vontade de regressar mais cedo se tal se lhe proporcionasse e não foi a primeira vez que tomos decisão semelhante com outros grupos.
Teria sido aconselhável ter reentrado em Marrocos mas como no percurso com maiores perigos andamos jogando a fábula da tartaruga e do coelhinho, não se levantou qualquer preocupação.


«(Pessoal… em Nouackchott já há MULTIBANCO).»

- em 2003 encontrei caixas ATM dentro do Banque Centrale de Mauritanie em Nouahkchott (nas horas de expediente bancário)


« pois sozinhos fazer a pista da praia não é problema, mas contornar o lago salgado “Chott” e as dunas que fazem ligação entre Nouamghar e Ten allout já seria outra conversa. Tínhamos a pista gravada no GPS mas sozinhos nem pensar.»

- GPS ? nem pelo  chott nem pelas dunas – a mutação morfológica no terreno é tão intensa e rápida que até os guias oficiais cometem erros às vezes muito graves.
Portanto, nem acompanhados… quanto muito fazer pista da praia e sair para o alcatrão numa das  últimas aldeias piscatórias. Desde que abriu a estrada de alcatrão a pista do mar não mais foi utilizada.


« caminho de Marrocos, um calor abrasador, o regresso das brigadas policiais, pedindo sempre luvas e, já sozinhos que estávamos decidimos fazer as coisas à nossa maneira…»

- esta é a vossa maneira? Então qual foi a nossa?


«cada abordagem policial e o João Pedro já estava com uma caneta na mão para o distinto policia!!!»

- onde está a tão acerba crítica ao ‘suborno’?

  
«De referir que as canetas oferecidas a todos os policias e militares não escreviam. Decisão nossa, após termos descoberto que parte delas já tinham a tinta seca. (Para crianças as referidas canetas estavam em condições).»

- esta é que NÃO !! repudio veementemente que se dê a uma criança algo que não presta.
Uma criança quer uma caneta, pelo menos, para fazer riscos. E faço a pergunta: em Portugal dariam uma caneta com a tinta seca a uma criança vossa conhecida (que até nem precisa da caneta para nada porque tem tudo o que o consumismo lhe pode dar?)
Quanto aos policiais, bem, não merecem mais…


Chamada

«coisa que não entendo, pois estou habituado a viajar por estas bandas e nunca precisei de oferecer nada a ninguém»

- No regresso não damos nada a ninguém; já não é preciso – podem revistar os carros à vontade !! Missão terminada


« apenas de referir que ao revistarem os carros, descobriram duas paletes de 24 cervejas e, nos pediram umas quantas para eles. Deixadas 8 cervejolas na fronteira, estamos em “casa” exclamei eu para o João Pedro.»

então? Aqui é Sahara Ocidental !! E dádiva de álcool é que me assusta --- aquelas ‘criaturas’ abstémias embriagam-se só com o cheiro e andam de metralhadoras aperradas


« Quando nos preparávamos para arrancar, chegam os nossos antigos companheiros de viagem. Uma boa tarde e boa viagem é trocado entre dentes, excepção feita ao Jorge Amaral que nos cumprimentou muito bem e até trocou umas larachas connosco.»

  
- Se os outros companheiros fossem chamados como foi o Jorge também certamente teriam trocado umas larachas ou ouvido as justificações que a ele ‘e a ele só’ foram prestadas. Para mim além da boa tarde e boa viagem dito alto e bom som houve também um sorriso e a pressa de ir proceder às formalidades, sem partilharmos a cerveja que ainda havia nos Toyotas.


« Destino Daklha. Chegámos cedo, jantámos e demos uma passeata espectacular pela marginal. No regresso ao hotel avistamos novamente os nossos ex-companheiros acabadinhos de chegar a Daklha e procurando desesperadamente um hotel.»

- em Dahkla não se procura ‘desesperadamente’ coisa nenhuma. O Regency não tinha alojamento para todos e o grupo resistente não se divide. Tínhamos jantado em El Argoub e decidido não pernoitar para avançarmos no terreno. Limitámo-nos a rumar a outro hotel (sem desespero e sem stress).


« Mais um erro ou teimosia de quem comandava o grupo, pois se estávamos bastante à frente e se tomavam o mesmo destino, podiam-nos ter pedido para reservar hotel para que quando chegassem, não terem que andar de hotel em hotel…»

- este parágrafo só sugere a repetição de outro comentário “tem dó”!

Se nesta viagem algum sentido pautou a posição de “quem comandava o grupo” foi o da partilha e consenso em todas as situações. Terá havido alguma susceptibilidade ferida por ser uma mulher a orientar a viagem?



« Dia 27, saída de Daklha e lá vai a doida equipa, carro a não gostar do gasóleo, (tem de certeza, mais água que gasóleo), almoço no cabo Bojador não sem antes termos ultrapassado os nosso ex-companheiros,»

- quantos minutos chegaram antes de nós ao Bojador?


« pois o BJ 40 não pode circular em grandes velocidades e o aquecimento desta relíquia da industria automóvel, também não lhe permite andar muito depressa»

O BJ40 não é meu mas já andei por estas paragens com um gémeo e --- nada a reprovar. Já vi pior comportamento de viaturas bem mais recentes a bem mais pretensiosas.
Será que o Pajero é assim tão novo e tão especial que dá para desdenhar dos Toyotas --- não é uma pergunta --- tenho a resposta.


« Dia 28, levantar cedo, substituir correias do alternador, uma partiu e não vá o diabo tecer, muda-se já as duas. Ainda bem, ou não! Só em Portugal reparei o porquê da correia ter partido, perdemos a porca de aperto da poli da cambota. (Não ficámos na Mauritânia com um motor partido por acaso).»
(SIC)

« Desde que descobriram os radares é uma “maravilha”, excesso de velocidade certo, desta vez íamos a 79 Km, quando o limite era 60. O zeloso policial, começa por pedir 400 DRH, simpático, conversador, com toda e descontracção, pega num outro livro de multas…»

- o mesmo local o mesmo policia, a mesma atitude, o mesmo suborno e a mesma conversa mole… única diferença: como o BJ40 não anda a nossa velocidade era só 77km/h.


«Chegada a Marraquexe, escolha do hotel a meu cargo, não fossemos novamente encontrar os eis companheiros e fomos jantar, como de costume à praça Jmal al Fna»

- os deuses protegeram-vos desse encontro maléfico… porque afinal, chegamos cedo ao hotel do costume, trocamos o jantar pelo almoço buffet do dia seguinte … também jantamos na Place Jmal Al’Fna e também fomos ao souk.

 ão houve mais «tartaruga e coelhinho» mas cumprindo os meus votos chegaram ao destino em apoteose; considerem ter ou não vestido a camisola, ter ou não cumprido a Missão a verdade é que se cumpriu mesmo e isso é que importa.


Aparte Maufeitio ou o que quiserem chamar sinto que dei o meu melhor para bem de todos e para a concretização dos objectivos. Outra verdade fica: sapos? Não engulo!

Ainda faço votos de, quem pretenda levar a cabo iniciativas semelhantes, tente analisar a minha actuação e melhore qualquer coisa onde eu tenha involuntariamente errado. Ajudarei se solicitada.

Houve parcimónia na conclusão deste relato; pena, houve outros companheiros que mereceriam uma despedida – sem TODOS não teria havido Missão.

Termino com a dedicatória de um amigo muito querido no final de uma viagem:

« ……………mas uma coisa comum, mulher de armas, pronta a desarmar quem aparecer. Sempre disposta a levar a sua avante, para bem do grupo.
Maufeitio? Nem por isso; digo: FURACÃO, sim!


Força Miguel de Oliveira Mendes ‘O doido’ – são precisos muitos ‘doidos’ e muitos ‘furacões’ para levarem um pouco de alegria aos mais desfavorecidos. 

  















quinta-feira, 22 de maio de 2008

Capítulo 8º

AGADIR – A mais bela praia e o descanso dos guerreiros

Um dia de viagem tranquilo, fotografias, almoço de grelhada no Bojador e chegar cedo.

O K9 conhece um hotel, depois de duas voltas à avenida, parqueamento e a recepção do ANEZI.. Optamos por um apartamento espaçoso e bem equipado.





Estaríamos à beira do paraíso não fora as saudades que os meus companheiros já tinham de casa e das suas famílias. Confesso que também tenho descarregado as saudades da Miauzinha em tudo quanto é gato vadio que encontro pelo caminho.

Um tarde de praia, um sol e um marzão magníficos; comer gelados, fazer comprinhas e
mais uma macarronada do nosso cozinheiro de serviço.



Já tínhamos optado por regressar também pela costa.
Lamentei, por mim porque adoro e pelo Jorge porque não conhece, não ter rumado pelas pistas de Akka até Zagora, depois Merzouga, o magnifico Erg Cheby, Midelt, Meknes, Ifrane e então, sim, o regresso.
A vida é feita de opções … optámos… todos de acordo

Próximo destino

MARRAKECH

Chamávamos as atenções por onde passávamos. Duas motas matrícula de Portugal, facilitar a ultrapassagem e saudações.
Vamos circulando ora passando nós ora os motards.

POLICIA!!! Limite de velocidade 50 – RADAR (c’est nouveau ça) 77.



Contra ordenação, pagamento imediato ou apreensão de carta. Vamos lá discutir isso senhor agente. Quais 400 Dh não pagamos isso, somos turistas e não estamos a ser tratados com justiça.
O senhor agente deixa o livro de folhas verdes e pega num de folhas amarelas – vá, reduz-se para 200 Dh e bem vindos a Marrocos!! Tiro-lhe o livro da mão, pego em 100 Dh e faço um gesto de «bico calado».
Nunca vi desaparecer nada tão rapidamente – a nota sumiu no bolsinho do senhor agente. O nosso K9 identifica-se! A mesma cena já anteriormente descrita… Paulinho ! Hello!! Podias ter agido mais cedo, tínhamos economizado €10. Pas grave!!

Passam-nos os motards portugueses..

Nova povoação e um motard a fazer-nos parar – vamos tomar um sumo!!



Simpáticos o Nuno e o João. Vão com destino a Merzouga e gostavam que fossemos junto. EU TAMBEM !!

O João tem uma qualquer avaria no seu bem equipado motão; damos-lhe o contacto do nosso velho amigo Hassan Lassen que lhes será de préstimo em caso de necessidade.


Meio combinado ainda nos encontramos mais uma vez na grand place Jemal Al’fna-

HOTEL KENZA





Check-in e lá vamos jantar à grand place.

Proponho alugarmos um grand táxi para os 4. Os carros estão parqueados e não vamos correr riscos levando-os para parque não guardado. Este é o ritual.
O Paulo diz que não vale a pena , a grand place é logo ali! Ali, Paulinho? Deves ser alentejano e eu não tinha conhecimento.
Andámos, andámos, quase não sobrevivi para contar.

A GRAND PLACE JEMAL AL’FNA





Perdemos demasiado tempo no caminho mas finalmente chegámos. Uff!
… e lá fomos jantar nas bancas de rua


















Com a minha habitual desconfiança sempre acontece o erro nas contas e rectificação depois de denunciado. Fez-se tarde, as ruelas castiças da grand place começam a ficar desertas e as lojinhas a fechar. Mal há tempo para comprar uns míseros souvenirs e épices … 





bora de caleche até ao Hotel.





Amanhã vamos chegar em directo a Tanger. A estrada é fácil, já não temos aquele calor sufocante para nós e para as máquinas, parte do percurso será em auto-estrada. Decidiu-se dormir até mais tarde, tomar o pequeno almoço à beira da piscina e almoçar cedo ( o belo almoço buffet do Kenza estava incluído no preço do alojamento).



TANGER



O ÚLTIMO DIA
Já parecemos tristonhos; talvez seja o cansaço destes 18 dias de viagem e dos mais de dez mil quilómetros percorridos.
Amanhã vamos sair cedo para o ferry com destino a Tarifa.




Assim se cumpriu – foi uma despedida de Africa sem emoção. A viagem foi rápida porque o fast-ferry é mesmo fast.





Paragem para almoçar no D. Manolo, um gaspacho Andaluz, cada um escolheu outro segundo prato, entrada por Rosal de La Frontera e já noite chegada ao local de partida.
Esperava-nos a Ritinha e os filhotes, com muita saudade e simpatia e um belo jantar.

Descarregar carros, arrumar o Y10 do Jorge e rumo a Tomar já noite alta. Nova despedida no dia seguinte de manhã --- é tempo de cada um retomar a sua rotina


Saudades da poeira - muitas !!!!


F I M

Capítulo 7º



CAPITULO 7º


SENEGAL SUPERADO

Antes da saída de Dakar o habitual reabastecer das viaturas. O Zé decide verificar os níveis do seu BJ 40 (tinham passado muitos quilómetros depois de ter reposto valvulina e óleos) – E pronto!! BJ na fossa… Zé … ficas proibido de voltar a espreitar o carro por baixo.
















O Zé é cuidadoso com o seu brinquedo mas não precisava exagerar. Um brinco de suspensão com uma fractura e aí se perde uma manhã a arranjar uma peça compatível. Não foi fácil mas Toyota é nesta Africa e lá se arranjou a bom preço.

Zé… aquela fractura era mais velha que a vaca dos bifes das Irmãs de Bissau! Tinha chegado a casa e com sorte lá para a próxima inspecção darias por ela. Enfim!! Ficaste mais tranquilo e feliz assim --- quem éramos nós par te contrariar (riso)

Curta passagem pelo «Lago Rose» e pelas suas salinas (não se percebeu bem a proveniência do nome)









DJAMA

Agora com os carros vazios, sem coisas boas para cobiçar, o regresso é tranquilo. Entrega dos Passavant, voltar a pagar cachets nos passaportes (agora de saída, a comuna e a portagem da ponte.)





SEGUE –SE A MAURITANIA E OS SEUS DESAFIOS

Aí estamos, frescos e bem dispostos, rumo a Noahkchott.

Contactos com Portugal na tentativa de conhecer o horário das marés. Dados coincidentes apontam para as 16 horas.



Foi um dia quente e longo. É noite, encontramo-nos com uns emissários de Brahim que tentam contactos com a capitania do porto, sem sucesso --- fim de semana Islâmico. O Zé tenta contacto com um amigo, director do Parque Natural do Banc d’Arguin, zona da pista do mar, sem sucesso.

Vamos dormir num hotel tosco e sair bem cedo para «ver a maré»
Desde que foi aberta a estrada de alcatrão desde a fronteira – Nouahdibou a ligar à capital Nouakchott a PISTA DA PRAIA - Reserva Natural Banque D'Arguin



 não voltou a ser utilizada, serve apenas de ligação entre algumas aldeias piscatórias.



Não houve vontade de arriscar esperar pelas 16 horas e fazer parte da pista saindo antes das dunas de Manghar (o conhecido shott)

Perdeu-se este desafio…
...e vamos seguir viagem pelo «goudron» porque ainda estamos bem longe de Portugal

NOUAHDIBOU – BIR GENDOUZE – EL ARGOUB – DAHKLA



Na praia junto aos nossos carros mais uma vez prestamos ajuda a um pescador com uma unha arrancada e infectada num pé imundo. Faz-se o que se pode com a exiguidade de condições: lavar, desinfectar, por uma pomada e proteger com ligaduras. Enfim, melhor que nada.


Uma khaima (de qualidade) montada na praia e o convite de um «entrepreneur» de construção para tomar uma bebida com sua família. É obrigatório, com pressa ou não, aceitar estes convites. Ainda temos uma saca com brinquedos, presenteamos as crianças, permanecemos um pouco, fotografias e… lá vamos

Alcatrão, alcatrão e mais alcatrão – a estrada para Nouahdibou é monótona e toda igual: ou será o desencanto por não ter feito a antiga pista de mar?





Passamos ao lado de Nouhadibou até Bir Gendouze e ao controle policial de reentrada em Marrocos.

Surpresa !! A equipa Mitsubishi

 já está fazendo as suas formalidades. Curiosamente brincamos à fábula da lebre e da tartaruga durante uma boa parte do regresso.

Há que fazer novos cachets nos passaportes, nova declaração das viaturas. A alfândega quer vasculhar tudo… pois que vasculhe (riso) já é hábito a nossa indiferença a estas formalidades no regresso.
Novo destino El Argoub já noite escura. Vamos jantar na beira da estrada , pão marroquino e a nosso cerveja.

Vamos inspeccionar uma espécie de motel, electricidade aos solavancos, calor, casas de banho exíguas, preferimos o sacrifício e
reabastecer viaturas … destino Dahkla para dormir depressa.
As horas passaram rápido (novamente fomos penalizados por partirmos tarde) tantos quilómetros, o cansaço é demais.
Abusando da minha imparável energia, por sugestão do Paulinho, troco de lugar com o Jorginho também demasiado cansado para manter desperto o seu piloto.

O BJ40 E O ZÉ



É o momento de falar deste «piloto» o Zé, o nosso herói. Já fiz a Mauritânia com um BJ 40; sei quanto é duro pilotar uma viatura sem modernices, fiável mas exigente em força e atenção. Piloto e viatura portaram-se à altura das circunstâncias e a bravura e determinação do Zé em cumprir a Missão merecem reconhecimento e aplauso.

Mais um novo dia
Avisa-se o Rachid para nos mandar preparar uma fritada de peixes porque vamos chegar um tanto tarde para jantara Tan-Tan Plage




O meu querido Rachid que conheci garoto e que, com muito carinho, me chama de Maria.
Os «meus» quartos no Le Marin estão ocupados (não pelas antigas cucarachas). Os disponíveis são menos bons mas lá serviram para mais uma noite. O cansaço era tanto que nem dava para esquisitices.

TAN-TAN

A magnifica estrada de El Ouatia a Tan-Tan, a imensidão de areia calcada a desafiar os 4x4 para umas brincadeirinhas. E «eles» foram e «eles» brincaram.. até quase atolarem...




No lado contrário da estrada o mais que fotografado cemitério







Uns tufos de plantas, noutro ano com flores. O recuar no tempo, o comparar outras viagens – saudosismos à parte.




Estrada El-Ouatia 10 anos depois (já nem os calhaus são os mesmos!)