CAPITULO 3º
E VAMOS COM DOIS DIAS GANHOS AO PREVISTO
Seguindo conselhos diversos e experiências passadas, mas unânimes vamos evitar Rosso, a barcaça e rodear pela Barragem de Maka Djama e pelo Parque Natural .
Aqui começa a «saga» senegalesa – diferente de sagas anteriores ou, talvez mais igual.Paragem obrigatória na Alfândega – Um garoto acolhe-nos, leva-nos ao posto fronteiriço onde apresentamos todos os documentos. Desinteressadamente o agente de serviço toma notas, não se interessa pelas nossas maravilhosas «fiches police».
Depois de um bom tempo de espera diz-nos que vamos ser levados à aldeia à presença do chefe.
Seguimos ordeiramente em caravana, mostrando uma tranquilidade longe de ser verdadeira, aliás, a pressão era extrema por isso havia que demonstrar também indiferença e descontracção.
PASSAVANT (Senegal)
Segundo Incidente
Lá está o chefe recostado nas suas almofadas parecendo um tradicional cacique. Negoceia; quer 300 euros por viatura para emitir os Passavant de circulação no Senegal; conversa mole, sorrisos, simpatia, quase cumplicidade e lá fica a negociata feita por 150 euros pelos 3 jipes e um recibo de 2500 FCFA.
De regresso ao Posto fronteiriço e emitido e «espécime» que se reproduz e que grande perturbação veio a causar escassos 36 kms dentro do território.
Para arrecadar mais 2x2500 FCFAs é emitido um único Passavant e averbados os dois outros veículos no verso; só que, por desconhecimento ou incúria, não foi esse averbamento certificado pelo carimbo da alfandega , o que o tornava totalmente sem valor.
Exibem-se estes «specimens» por julgarmos serem únicos. Depois de uma tentativa de apreensão foi como se tivessem mesmo sido apreendidos --- ficaram bem escondidinhos para «memória futura»
Esclarecimento:
€ 1 = 10 DH (Dirham Marrocos) Bank Al-Maghrib
€ 1 = 384 UM ou MRO (Ouguiya - Mauritânia) não aderente à União Monetário Centro Africana
€ 1 = 665,- FCFA ou XOF(Francos Cefas) Banque Centrale des Etats de L’Afrique de l’Ouest) moeda única
A vontade destas gentes, homens e mulheres, de alcançarem a Europa é de tal forma que são frequentes os pedidos de propostas de trabalho ou convites para nos visitar, chegando a formais propostas de casamento.
Prova disso é que, passadas duas semanas do nosso regresso ainda continuam a chover telefonemas que, obviamente, são rejeitados.
Com este espírito, o garoto que nos havia acolhido, Madiop Diop fez troca de números de telemóvel que bem útil se nos veio a mostrar. Aqui fica para memória futura ou para quem demandar aquelas paragens: 00221 777203619 -
Mas, meus queridos companheiros de viagem – desiludam-se ! Foi difícil? Complicado q.b? caro? Olhem que NÃO tanto assim – tudo somadinho por viatura, pela entrada no Senegal se as contas não falham, pagámos praticamente o mesmo que pelos Vistos de entrada na Guiné-Bissau, país que íamos simplesmente ajudar e cuja Embaixada em Lisboa não prescindiu de cobrar não obstante terem sido solicitados directamente pela sede da AMI.
E querem saber um pouco sobre outra passagem no mesmo local?
Excerto:
« E, como «eles» querem tudo… aquele outro que, sendo fim de semana islâmico, só se dispunha a fazer os cachets nos Passaportes contra o pagamento do Passavant e a oferta de um blusão, uma garrafa de whisky e Viagra. Fúria do chefe, paciência da Maufeitio e a negociação concluiu-se com a aposição imediata dos cachets contra uma garrafa de whisky e um saquito plástico onde se despejara um tubo de Guronsan. Era de se ter fixado o momento em que os olhitos esbugalhados da criatura esbarram no tamanho dos comprimidos (claro que lhe foi dito que deveria parti-los em 4 e ir tomando a intervalos de quarto de hora até conseguir o resultado desejado – desconhece-se esse resultado que não deve ter sido famoso)»
S. LOUIS DO SENEGAL
Entramos na confusão da cidade ao cair da noite. O inevitável polícia a fazer-nos parar e logo a tentativa de se obter um hotel onde jantar e dormir. Tudo bem; Hotel de La Poste, na praça logo a seguir à ponte (em obras).
Mas o senhor agente da autoridade não se dá por satisfeito com a informação prestada e lá vem o inevitável pedido: documents – Passavant des voitures, cartes gris, permis des conducteurs, Passeports. Ça fait M. tout va bien !!
وثائق - سمح [بسّفمت] من السيارات, سيارة رخص, سائقات, جواز سفر. أنّ جعل [مر.]. كلّ جيّدا!! لا, كلّ على نحو رديء
Non, tout va mal
Sem Passavant : - As viaturas e cartas de condução apreendidas mais o Passavant ( que até está legal).
Como diria o «Puto» gandagranel !!! recriminações ao chefe da douane de Djama – nós somos estrangeiros e não temos que saber as obrigações dos funcionários dos países em que circulamos. O Passavant não foi emitido por nós, limitamo-nos «a pagar» o que nos foi exigido por um serviço mal realizado.
Instala-se a confusão, não só no trânsito e na multidão, mas também nos nossos espíritos ---- vamos ter que sair desta mas nunca «voltando» a pagar a este mafioso. Viaturas encostadas, inicia-se o show-off: telefonar para «o miúdo» da douane de Djama para nos por em contacto com o chefe --- o assunto vai ter que ser resolvido por ele.
Uma vez mais os
Mais rápido do que se consegue contar e à exclamação do Zé «falta-me a minha carta de condução» o JP sem certeza nenhuma dispara na sua corrida de atleta e
…E agora quem segura «a capitaine»?
…E não faltou !!! 08H00 petit-dejeuner e … os Passavants !!!
----- é preciso descontrair… para mulher que se preze … nada melhor que umas comprinhas --- ou antes ---- troquinhas !! Lá ficou um Nokia com a bateria pifada em troca de duas canoas e um talher de madeira. Não custa nada aprender a viver!!
Os meninos também compraram «calcinhas à caipira» e todos partimos felizes para mais um dia que se augura pesado e quente.
Mas isto é a Africa genuína! Que esperavam encontrar??
PARQUE NACIONAL DO DJUDJE
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Manhãs frescas a facilitarem o andamento, paragens no tempo estritamente necessário para abastecimentos e os quilómetros vão desfilando lentamente, ora em paisagens magnificas ora nem por isso, fotografias e filmagens para memória futura e ao final do dia o anunciado «Campement de Kaffrine».
VILINGARA – WASSADOU
Uma certa suspeição sobre gentes e local, fruto de experiências passadas mas a impossibilidade de ir mais além faz-nos jantar e pernoitar no «Centre Touristique de Vilingara»
Afinal não passou de receio, houve bière fresca, dormiu-se e saímos cedo para vencer quilómetros porque aqui o sol e calor são manga.
TAMBACOUNDA
Novo dia, novo destino --- mais quilómetros a vencer agora já sem a fresquidão da manhã mas com as temperaturas a ultrapassarem os nossos hábitos.
Novo aldeamento, HOTEL KEUR KHOUDIA, este em pior estado que o Champement de Kaffrina, a climatização substituída por ventoinhas ronceiras e barulhentas para não destoar dos miseráveis colchões. Ninguém fotografou!
Começou a surgir a nova flora tropical;
Impõem-se julgar o fiável e potente Land-Craizy --- não há dúvida, é um potencial assassino --- rapidamente lhe é dada uma alcunha --- assassino de pássaros «Birdmurder» --- bem… bird murder … estará melhor assim?
Descravinar dá para tudo, por exemplo, apanhar um caju ou… apanhar flores (riso) servir um cafezinho, ou «ir lá atrás» arranjar qualquer coisa mais substancial para regozijo «da malta» do carro que nos segue; ou parar para «tirar foto» a uma termiteira
Hummm não, tranquilizem-se… eu não escrevo mais nada …
...neste capítulo
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