CAPITULO 4º
PIRADA E A ENTRADA DA GUINÉ
Diversos postos de controle, carimbos nos passaportes, saída do Senegal, entrada na fronteira de Pirada.
Continuamos a pagar, pagar sempre mas nada que não tivesse sido previsto.
FINALMENTE GUINE-BISSAU
Foram-se vencendo os últimos quilómetros de buracos e alguma estrada. Abundam os cajueiros carregados de frutos maduros e lindos, o cheiro é adocicado, forte e enjoativos especialmente pela quantidade de frutos a que foi retirada a castanha e abandonados na beira da estrada.
e árvores de grande porte onde 'floresce' um companheiro
Contacto também com um militar de elevada patente recém chegado ao país e que impressionou fortemente o nosso Zé; tão fortemente que várias vezes haveria de ser citado e em situações não muito convenientes (riso).
Os nossos telemóveis não têm rede na Guiné-Bissau. Onde, na Europa as nossas telefónicas anunciam os seus produtos, na praça do palácio de governo (em avançado estado de destruição) o placar anuncia simplesmente «no rede»
A D. Berta,
amável como sempre, usa o seu telefone para contactar Antula e as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras.
A Irmã Eloisa não se faz esperar e lá vamos em fila mais meia dúzia de quilómetros. Espera-nos a nossa velha amiga Irmã Germana que dá aulas de costura a um grupo de jovens raparigas negras. A Irmã Ester um pouco achacada também não deixa de manifestar a sua alegria.
Descarregam-se os carros; é espantosa a carga que foi transportada – arruma-se tudo na arrecadação da missão --- nessa noite a Irmã Eloisa iria separar e acondicionar tudo para que nada se estrague.
No dia seguinte manifestou o seu espanto e agradecimento pela quantidade de bens essenciais especialmente «medicação» que considerou uma fortuna preciosa.
UM DIA EM BISSAU
Vamos de manhã visitar a escolinha de Bissau das Irmãs. Estes meninos e meninas nada têm a ver com as crianças de rua de Bissau.
Cantam em português as boas vindas aos portugueses; no recreio «caiem-nos» em cima querendo e dando carinho, são de uma ternura extrema trepando uns por cima dos outros para todos se nos poderem agarrar. NUNCA MAIS VAMOS ESQUECER
O PROJECTO 917
O nosso companheiro Soares Periquito através da Internet tomou conhecimento de um planta que supostamente pode prevenir e atenuar a Malária.
De acordo com todo o grupo empenhou-se em adquirir um kit (a que foi dada a designação de Projecto 917) composto por sementes, literatura informativa sobre sementeira, colheita, manuseamento do chá e aplicação.
Levantou-se a dúvida de quem teria condições e conhecimentos mínimos de botânica para proceder ao cultivo das plantas de sementes minúsculas e, consequentemente, de muito difícil manuseamento pela possibilidade de dispersão e perda. Não nos pareceu que as Irmãs tivessem capacidade para serem incumbidas dessa tarefa.
Fizeram-se contactos com diversas individualidades locais, uns indisponíveis outros com boa vontade mas sem qualificação; decidiu-se abortar o projecto e tentar fazer a sua sementeira em Portugal pedindo ajuda a um Jardim do Ultramar ou outra entidade semelhante.
Comunicada a decisão notou-se a tristeza e decepção da Irmã Eloisa de tal maneira que nos entreolhámos e em silêncio decidimos correr o risco de um insucesso . Já tivemos noticias:
«««« Eloisa B Cruz (By e-mail)
Olá Leonor
Obrigada pelas notícias. Ficámos a torcer para que a vossa viagem fosse boa e gostámos de saber que assim foi.
A vossa passagem por cá dá ânimo e força a quem, por estas bandas, labuta dia-após-dia...
Mais uma vez muito obrigada por tão grande gesto de solidariedade e humanismo.
Ps. As sementes já começarem a germinar. Me parece que vamos conseguir!
Beijinhos e que Deus abençoe todos os seus projectos e trabalhos
Ir. Elóisa Cruz »»»»
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